quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Indicações Reais e Fictícias para Cesárea


No post anterior comentei sobre isso e aqui vai mais detalhes. Confesso que me assustei também quando li,rsrs.
Prezo por compartilhar no blog coisas baseadas em evidências,não somente por que é bonitinho e eu me agrado.
Hoje falando com minha mãe disse para ela: Mãe,é muita coisa! Coisa que não acaba mais.
Primeiro entendi a diferença entre cesárea e parto normal e tudo que está envolvido por trás disso. Agora entrando no mundo do parto normal entra váaarios outros fatores. Que PRECISAMOS saber! Medidas arcaicas que até hoje são tomadas. Mas isso vem nos próximos posts ;)

Essa lista foi feita pela Dra.Melania Amorim,MD,PhD...que se encontra aqui.

Aqui vai:

*Indicações REAIS para uma Cesariana:


1) Prolapso de cordão – com dilatação não completa;(cordão sai antes do bebê)
2) Descolamento prematuro da placenta com feto vivo – fora do período expulsivo;
3) Placenta prévia completa (total ou centro-parcial);
4) Apresentação córmica (situação transversa);
5) Ruptura de vasa praevia;
6) Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto.

*As que podem acontecer,porém, frequentemente são diagnosticadas de forma equivocada:

1) Desproporção cefalopélvica (o diagnóstico só é possível intraparto, através de partograma e não pode ser antecipado durante a gravidez);
2) Sofrimento fetal agudo (o termo mais correto atualmente é "freqüência cardíaca fetal não-tranqüilizadora", exatamente para evitar diagnósticos equivocados baseados tão-somente em padrões anômalos de freqüência cardíaca fetal);
3) Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia), ultrapassando a linha de ação do partograma. Pode ocorrer parada secundária da dilatação ou parada secundária da descida.

*Situações especiais em que a conduta deve ser individualizada:

1) Apresentação pélvica;
2) Duas ou mais cesáreas anteriores (o risco potencial de uma ruptura uterina – em torno de 1% - deve ser pesado contra os riscos de se repetir a cesariana, que variam desde lesão vesical até hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia);
2) HIV-AIDS (cesariana eletiva indicada se HIV + com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida); em franco trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas, individualizar casos.



Agora, as FICTÍCIAS,as desculpas que frequentemente  ouvimos e aqueles que não ouvimos tão frequentemente assim. A lista está em ordem alfabética:
  1. Abdominoplastia prévia
  1. Aceleração dos batimentos fetais
  1. Adolescência
  1. Ameaça de chuva/temporal na cidade
  1. Anemia falciforme
  1. Anemia ferropriva
  1. Anencefalia
  1. Artéria umbilical única
  1. Asma
10. Assalto ou outras formas de violência (gestante ou familiar foi vítima de assalto, então o bebê pode ficar estressado)
11. Bacia "muito estreita" . Essa eu me assustava ainda mais que sou do tipo mignon,porém,não tem como saber antes do Trabalho de Parto. É muito difícil a mulher não ter passagem,a dilatação algumas vezes demora mesmo,por isso é importante esperar,pois cada mulher tem seu tempo. Não se apavore antes da hora.Existem aqueles casos de desproporção cefalopélvica,mas isso está lá em cima.
12. Baixa estatura materna 
13. Baixo ganho ponderal materno/mãe de baixo peso 
14. Bebê alto, não encaixado antes do início do trabalho de parto
15. Bebê profundamente encaixado 
16. Bebê que não encaixa antes do trabalho de parto (A maioria dos bebês se encaixam no final da gestação.O médico pode tentar o procedimento "versão externa"e caso ainda seja confirmado a apresentação pélvica(sentado) no trabalho de parto,a indicação é cesárea.
17. Bebê "grande demais" (macrossomia fetal só é diagnosticada se o peso é maior ou igual que 4kg e não indica cesariana, salvo nos casos de diabetes materno com estimativa de peso fetal maior que   4,5kg. Não se justifica ultrassonografia a termo em gestantes de baixo risco para avaliação do peso fetal). 
18. Bebê "pequeno demais" 
19. Bebê engolindo o líquido amniótico
20. Bebê flagrado apertando o líquido amniótico durante a ultrassonografia, o que aparentemente levou a bradicardia
21. Bolsa rota (o limite de horas é variável, para vários obstetras basta NÃO estar em trabalho de parto quando a bolsa rompe) 
22. Calcificação da sínfise púbica (alegando-se que ocorreria em TODAS as mulheres com mais de 35 anos, impedindo o parto normal)
23. Candidíase
24. Cardiopatia (o melhor parto para a maioria das cardiopatas é o vaginal) 
25. Cegueira materna
26. Cesárea anterior 
27. Chlamydia, ureaplasma e mycoplasma 
28. Circular de cordão, uma, duas ou três “voltas” (campeoníssima – essa conta com a cumplicidade dos ultrassonografistas e o diagnóstico do número de voltas é absolutamente nebuloso) 
29. Cirurgia gastrointestinal prévia 
30. Colestase gravídica 
31. Coleta de sangue do cordão umbilical para congelamento e preservação de células-tronco
32. Colo grosso, colo posterior, colo duro, colo alto e (paradoxalmente) colo curto
33. Colostomia (sim, porque é melhor fazer uma incisão abdominal perto do estoma com fezes do que um parto normal bem distante da área...)
34. Conização prévia do colo uterino 
35. Constipação (prisão de ventre) 
36. Cálculo renal 
37. Data provável do parto (DPP) próximo a feriados prolongados e datas festivas (incluindo aniversário do obstetra) 
38. Datas significativas como 11/11/11 ou 12/12/12 (ainda bem que a partir de 2013 precisaremos esperar o próximo século) 
39. Diabetes mellitus clínico ou gestacional 
40. Diagnóstico de desproporção cefalopélvica sem sequer a gestante ter entrado em trabalho de parto e antes da dilatação de 8 a 10 cm
41. Dorso à direita, dorso posterior, ou dorso em qualquer outro lugar
42. Edema de membros inferiores/edema generalizado 
43. Eletrocauterização prévia do colo uterino 
44. Endometriose em qualquer grau e localização 
45. Enxaqueca materna
46. Epilepsia e uso de qualquer droga antiepiléptica
47. Escoliose 
48. Espondilite anquilosante – Qualquer espondiloartropatia
49. Estreptococo do Grupo B (EGB) no rastreamento com cultura anovaginal entre 35-37 semanas
50. Exérese prévia de pólipos intestinais por colonoscopia 
51. Falta de dilatação antes do trabalho de parto. Trabalho de Parto = contrações -> dilatação
52. Feto com “unhas compridas” 
53. Feto morto 
54. Fibromialgia 
55. Fratura de cóccix em algum momento da vida 
56. Gastroplastia prévia (parece que, em relação ao peso materno, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come) 
57. Gestação gemelar com os dois conceptos, ou o primeiro, em apresentação cefálica 
58. Gestante saudável demais, correndo o risco de ter um parto fácil e muito rápido, podendo parir antes de chegar ao hospital, com risco de morte do bebê
59. Gravidez não desejada 
60. Grumos no líquido amniótico 
61. Hemorroidas 
62. Hepatite B e hepatite C 
63. Hérnia de disco, operada ou não, em qualquer segmento da coluna vertebral
64. Hérnia inguinal, hérnia incisional e hérnia umbilical
65. Hiperprolactinemia 
66. Hipertireoidismo 
67. Hipotireoidismo 
68. História de cesárea na família 
69. História de câncer de mama ou câncer de mama na gravidez 
70. História de depressão pós-parto 
71. História de natimorto ou óbito neonatal em gravidez anterior 
72. História de trombose venosa profunda 
73. História familiar de fibrose cística do pâncreas
74. Idade materna “avançada” (limites bastante variáveis, pelo que tenho observado, mas em geral refere-se às mulheres com mais de 35 anos) 
75. Incisura nas artérias uterinas (pesquisada inutilmente, uma vez que não se deve realizar oplervelocimetria em uma gravidez normal) 
76. Incontinência urinária de esforço ou estar fazendo muito xixi no final da gravidez
77. Infecção urinária 
78. Inseminação artificial, FIV, qualquer procedimento de fertilização assistida (pela ideia de que bebês “superdesejados” teriam melhor prognóstico com a cesárea) – motivo pelo qual esses bebês aqui no Brasil muito raramente nascem de parto normal 
79. Insuficiência istmocervical (paradoxalmente, mulheres que têm partos muito fáceis são submetidas a cesarianas eletivas com 37 semanas SEM retirada dos pontos da circlagem) 
80. Laparotomia prévia 
81. Lesão medular (habitualmente acarretando paralisia: tetraplegia, paraplegia, hemiplegia, diplegia, dependendo do nível da lesão): essas mulheres em geral são cadeirantes e podem ter partos sem dor, mas o diagnóstico não é indicação de cesárea!
82. Líquido amniótico em excesso
83. Magreza da mãe
84. Malformação cardíaca fetal 
85. Mecônio no líquido amniótico (só indica cesariana se houver associação com padrões anômalos de frequência cardíaca fetal, sugerindo sofrimento fetal)
86. Mioma uterino (exceto se funcionar como tumor prévio) 
87. Miscigenação racial (pelo “elevado risco” de desproporção céfalo-pélvica) 
88. Neoplasia intraepitelial cervical (NIC) 
89. Obesidade materna
90. Paciente “não tem perfil para parto normal”
91. Paciente “não ajuda para o parto normal” (momento vidente ON: “no fundo ela quer cesárea”)
92. Parto “prolongado” ou período expulsivo “prolongado” (também os limites são muito imprecisos, dependendo da pressa do obstetra). O diagnóstico deve se apoiar no partograma. O próprio ACOG só reconhece período expulsivo prolongado mais de duas horas em primíparas e uma hora em multíparas sem analgesia ou mais de três horas em primíparas e duas horas em multíparas com analgesia. Na curva de Zhang o percentil 95 é de 3,6 horas para primíparas e 2,8 horas para multíparas) 
93. “Passou do tempo” (diagnóstico bastante impreciso que envolve aparentemente qualquer idade gestacional a partir de 39 semanas) Uma gestação normal pode prosseguir até 42 semanas.Pode-se tbm induzir o parto e caso não tenha sucesso,a cesárea é a opção.
94. Perineoplastia anterior
95. Pé nas costelas
96. Pé torto congênito
97. Placenta grau III ou II ou I ou qualquer outra classificação(termos usados como:placenta velha,calcificada e etc. Mas é normal a evolução da maturidade placentária de acordo com a idade gestacional! Leia mais aqui:
98. Plaquetas baixas não oclusivas do colo do útero
99. Plaquetopenia
100. Possível falta de vaga em maternidade para um parto normal, caso a gestante não marque a cesárea
101. Pouco líquido no exame ultrassonográfico (sem indicação no final da gravidez em gestantes normais)
102. Praticar musculação ou ser atleta 
103. Pressão alta 
104. Pressão baixa 
105. Problemas oftalmológicos, incluindo miopia, grande miopia, ceratocone  e descolamento da retina 
106. Profissão professora
107. Prolapso de valva mitral 
108. Qualquer malformação fetal incompatível com a vida 
109. Qualquer procedimento cirúrgico durante a gravidez 
110. Queloide ou tendência a queloide podendo complicar uma episiotomia (e a cesárea não? E para que fazer episiotomia?)
111. Reação vasovagal
112. Sedentarismo 
113. Septo uterino/cirurgia prévia para ressecção de septo por via   histeroscópica
114. Ser bailarina 
115. Sono fetal (bebê que dorme durante o trabalho de parto)
116. Suspeita ecográfica de mecônio no líquido amniótico 
117. Síndrome de Down e qualquer outra cromossomopatia 
118. Síndrome de Ovários Policísticos (SOP)
119. Tabagismo 
120. Trabalho de parto prematuro 
121. Tricomoníase
122. Trombofilias 
123. Trombose venosa profunda
124. Varizes uterinas 
125. Uso de antidepressivos ou antipsicóticos 
126. Uso de aspirina
127. Uso de heparina de baixo peso molecular ou de heparina não fracionada 
128. Útero bicorno
129. Útero retrovertido
130. Vaginose bacteriana
131. Varizes na vulva e/ou vagina
132. Violência urbana, impedindo obstetra (famoso) de sair de casa à noite ou alegada como pretexto para que as gestantes também não sigam o perigoso percurso até a maternidade

Bom,eu sublinhei alguns que são os motivos que mais ouvimos,certo? É normal nos assustarmos,pois,
durante nossa vida escutamos o contrário e histórias tristes junto com isso.. 
Então,sobre o Circular de Cordão é o seguinte: é até comum isso acontecer,ocorre em até 40% das gestações... o bebê se enrola e desenrola a todo momento no cordão..Mas não é motivo para se ter medo.Pois é normal fazer a ultra e ver que ele está enrolado e quando o bebê nasce não está mais e vice-versa.
Para monitorar qualquer possível risco existe o cardiotoco que vai medir a frequência dos batimentos e ver se teve uma queda expressiva no recebimento de O2 para o organismo. O que acontece tbm é o Prolapso do Cordão...Mas quem sabe você confere nesses links aqui?Leia,é importante! :)
http://queroparir.blogspot.com.br/2009/08/cordao-enrolado-no-pescoco-e-motivo-pra.html
http://partocomamor.blogspot.com.br/2011/04/circular-de-cordao-cesarea-ou-nao.html
http://www.e-familynet.com/phpbb/cordao-enrolado-no-pescoco-e-motivo-pra-cesarea-t314885.html
(Prolapso)

Gostou ? Sentiu mais curiosidade? Se sentiu enganada? É normal..

Ta aí mais um fator importante de adquirirmos conhecimento para estarmos mais preparadas diante de várias situações que ocorrem tão comumente e às vezes nem tanto assim. 

Um beijo!


PS: acrescentei alguns comentários naqueles itens que estão sublinhados ;)

2 comentários:

  1. Nossa amiga, o blog está a mil, parabéns!!! =)
    Confesso que só de ver essa foto tive duas sensações: uma de medinho, outra de saber que um diiiia vai ser a minha vez, mas até lá acho que tu já vai ter uns três babies lindos!

    Nem preciso dizer o quanto estou feliz, né? Que dia almoçamos com vocês? Me avisa no facebook.

    Bjs, te amo

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  2. hehehe obrigada linda Dai!
    Pois é..às vezes me batia muito esse medinho também..mas a vontade de ter um baby é tão grande que passa! E agora que estou me inteirando mais do assunto vejo que não é um bicho de 7 cabeças como pintam por aí! Mas sim,um momento sublime de cada mulher! :)
    Beijão e vamos no falando pelo face pra combinar =)

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